Hélio Cury faz força para conseguir o aparentemente impossível: roubar de Onaireves Moura o posto de pior presidente da história da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Semanas após humilhar o Paraná Clube, ao obrigá-lo bater de porta em porta para conseguir antecipar a Série Prata, agora o dirigente humilha o Coritiba aoempurrar goela abaixo a cessão do Couto Pereira ao Atlético, por um simbólico aluguel de R$ 30 mil.
O valor foge totalmente ao bom senso que o próprio Hélio Cury vinha pregando na definição do aluguel. Se os R$ 250 mil que o Coritiba chegou a cogitar eram uma facada no bolso do Atlético, os R$ 30 mil determinados pela Federação mal dão para o pão com banha.
A conta barata vem embutida da justificativa de que é tudo em nome da Copa do Mundo. Negativo. Não se pode permitir a criação de um estado de exceção por causa do Mundial. Não há "legado" que justifique humilhar clubes, desrespeitar leis, arrombar os cofres públicos. Um legado subevertido com versos adocicados para seduzir os ingênuos e rimas cifradas para alertar os espertos.
Cury não tem nada de ingênuo e, em última análise, age com coerência. É natural que ele repita a ladainha do vale-tudo em nome da Copa, um conceito que ele pôs em prática para esticar o seu mandato e articular uma manobra que permite a ele ficar no comando da FPF até 2022. Uma Copa que se acontecerá em Curitiba não é graças a Hélio Cury, embora como presidente da Federação ele tivesse obrigação de trabalhar para um papel de maior destaque que o de estados futebolisticamente nulos, como Amazonas e Mato Grosso.
Como entidade que gerencia o futebol no estado, a Federação tem o dever de ajudar o Atlético a buscar uma solução de mando de campo enquanto não puder atuar na Arena. Mas sem esquecer que, se a Baixada só está em obras por causa da Copa, as benfeitorias nela serão usufruídas pelo Atlético. E sem esfolar nenhum outro afiliado.
Para todos os clubes - e não me refiro somente à dupla Paratiba, mas mesmo ao Atlético, deixado na mão em outras ocasiões, e aos pequenos, que despejam uma boa grana no lucrativo cartório em que se transformou a FPF -, fica o alerta de que é necessário por um freio em Hélio Cury. Ou isso, ou assumir o risco de o presidente começar a gostar de bingões, avestruzes e - bate na madeira - do zumbi Pinheirão.
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