O discurso, feito em 2010, foi para convencer a diretoria e os conselheiros do Rubro-Negro a buscar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em uma triangulação que envolveria ainda a Agência de Fomento do Paraná (nome da autarquia à época, hoje Fomento Paraná), para a obra. O vídeo da reunião foi obtido com exclusividade pela Gazeta do Povo.
“O que vai acontecer? Eu tenho quase certeza. Se os clubes forem assumir esses financiamentos [para obras em estádios] não vão pagar coisa nenhuma [...] É claro que estou falando sobre suposição, mas eu acredito muito que vão perdoar essas dívidas. Não vai ter como o governo cobrar os clubes, quando o próprio Brasil quer fazer a Copa do Mundo aqui”, disse Cunha, prevendo que, no fim das contas, o poder público arcaria com todos os gastos.
O parlamentar pediu a palavra logo após a apresentação da consultoria KPMG que, por meio de um estudo, mostrou ser inviável o Atlético arcar com os custos da reforma da praça esportiva conforme as exigências da Fifa.
No fim do discurso, o político fez ainda um alerta ao colegiado de atleticanos. “Quero deixar essas colocações para reflexão, deixando claro que, dependendo da decisão do conselho, se for uma negativa, não tem Copa na Arena, não tem Copa em Curitiba”, vaticinou ele, então líder do prefeito Luciano Ducci (PSB) na Câmara.
A Gazeta do Povo entrevistou Cunha em seu gabinete, no primeiro andar do Palácio das Araucárias, uma das sedes do governo do Paraná. O secretário confirmou a declaração e admitiu a existência de um conflito de interesses entre as duas posições dele: representante do poder público e o conselheiro do clube do coração. “Não me arrependo, foi coisa de momento. Na época eu pensava assim, que a dívida poderia até ser perdoada [pelo governo]”, contou.
Segundo Cunha, foi necessário lançar o argumento de que o governo poderia bancar os custos da reforma porque a antiga gestão, liderada pelo advogado Marcos Malucelli, era contra o endividamento do clube.
“Eu queria mostrar para eles [conselheiros] que não tinham com o que se preocupar ao assinar esse contrato. Grandes clubes brasileiros não estavam pagando suas dívidas e assumindo compromissos de sediar uma Copa”, afirmou, citando os exemplos de Corinthians e Internacional.
O secretário disse que, hoje, melhor informado sobre os trâmites legais envolvendo a tomada de empréstimo de um órgão público, não há chance de o Atlético não honrar os contratos que vier a assinar. “Hoje tenho mais conhecimento, uma visão muito clara de que vai ter de pagar. É evidente que o financiamento tem regras, já que, além do BNDES, o Banco Central cobra muito”, disse, tentando amenizar a polêmica.
Olha na mão de quem estamos, esse sujeito deixou claro oque deseja, o povo deve exigir exoneracao e punicao URGENTE!
ResponderExcluirPra ontem!!!!